domingo, 26 de setembro de 2010

Poesias infantis

¨A poesia é o texto escrito ou falado, que apresenta ritmos e rimas. É um tipo de texto que atrai muito as crianças, pois os criados para as mesmas apresentam um caráter lúdico que ajudam na elaboração e orientação didática da sala de aula. 
Normalmente, as poesias promovem o apreço pela leitura e o interesse pelos textos escritos. A poesia mexe com o imaginário da criança, levando-a a expressar desejos, sentimentos, descobrindo que se pode brincar com as palavras.
Nas classes de educação infantil é muito comum o trabalho com parlendas e trava-línguas, mas a partir do primeiro ano do ensino fundamental esses textos vão perdendo espaço para textos informativos ou histórias que tenham fundo moral.
Porém, trabalhar com a poesia na sala de aula é uma excelente oportunidade de trazer o romantismo de volta para o mundo, dando a oportunidade de a criança desvendar os gracejos que as mesmas apresentam."   
Jussara de Barros

                 Que tal?

Que tal, com um barbante 
laçar um...?
Que tal, numa garrafa
prender uma...?
Que tal, pular da ponte
sobre um...?
Que tal, com um minhocão
fisgar um...?
Que tal, subir um morro                    
em cima de um ...?
Que tal, dormir no ninho
ao lado de um...?
Que tal, pastorear um gado 
no alto de um...?





As Formas

Eu sou o Quadrado
Bonito demais
Tenho quatro lados
E todos iguais

E eu sou o Círculo
Sou igual à lua
Sou o mais bonito
Lá da minha rua

Eu sou o Triângulo
Tenho três biquinhos
De chapéu eu sirvo
Para os palhacinhos

Eu sou o Retângulo
Cresci mais de um lado
Para fazer inveja
Ao senhor quadrado



Leilão de jardim   
Cecília Meireles




Quem me compra um jardim
com flores?
borboletas de muitas                                                                                      
cores,

lavadeiras e pas-
sarinhos,

ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este ca-
racol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro
e a hera,

uma estátua da Pri-
mavera?

Quem me compra este for-
migueiro?

E este sapo, que é jar-
dineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)


                O livro
             (Rosa Clement)

               Eu sou um livro

               sou importante.
               Tenho um trabalho
               emocionante.

É com palavras
que me sustento
e nelas levo
conhecimento.

                Se alguém procura
                o que fazer,
                sou opção
                de bom lazer.

Eu posso ser
muito engraçado,
deixar você
bem humorado.

               Eu posso ser
               seu professor
               e lhe ensinar
               com todo amor.

Eu posso ainda
ser seu amigo,
levar você
sempre comigo.

               Eu só não posso
               fazer careta
               se me abandonam
               numa gaveta.

                       
                A primavera


Já chegou a Primavera
vestida de alegre cor
tão verde, da cor da hera
traz uma esperança de amor.

A Primavera chegou!
Traz a cor do céu azul.
O Sol ameno levou

a tristeza para o Sul.

Quando chega a Primavera
fica mais belo o jardim.
Tão colorido. Oh! Quem dera
a Primavera sem fim.


 A bailarina

Cecília Meireles


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.




O colar de Carolina
                Cecília Meireles
Com seu colar de coral,

Carolina
corre por entre as colunas
da colina.
O colar de Carolina

colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor

do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina”.


Ou Isto ou Aquilo
Cecília Meireles
Ou se tem chuva e não se tem sol

ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa

estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,

ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .

e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,

se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda

qual é melhor: se é isto ou aquilo.

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"É necessário que o professor deixe de ser um mero conferencista e estimule a pesquisa e o esforço, em vez de se contentar com a transmissão de soluções já prontas".
PIAGET